Como vimos, desde sua criação o grêmio se constitui com práticas democráticas e com a participação direta dos estudantes. Eles é que propõem o estatuto, debatem, decidem. O papel dos adultos é dar suporte e informação, conforme definido no edital citado.
Talvez o nosso maior desafio no trabalho com os grêmios seja o de fazê-los aprender e praticar a representação, de modo democrático.
“Além da participação direta, não podemos esquecer do papel e da importância da representação. O papel da representação é um traço fundamental na democracia representativa.
Cabe aos representantes (…) compreender que estão falando em nome de um coletivo, ao qual devem ouvir, envolver, manter informado e prestar contas regularmente. Alguns questionamentos podem ser feitos constantemente, não só àqueles a quem é dada a tarefa de representar, mas também àqueles que são representados, para manter a legitimidade.O que de fato se representa: grupos de pessoas, ideias, coletivos? O representante consegue falar em nome de todos? Consegue ter escuta ampla e generosa e traduzir e organizar os anseios de todos?”
Caderno Democracia na Escola – p. 18.
Como o texto sugere, essa discussão precisa ser permanente, a começar pelo processo de eleição que é uma excelente situação para essa aprendizagem. Um processo que ensine a construir, apresentar e discutir os “projetos de governo” de cada chapa, tirando o foco das pessoas candidatas e debatendo ideias e propostas; envolvendo todos os estudantes para que possam eleger as pessoas (as chapas) que apresentam as ideias que são suas também e as propostas com as quais concordam e podem se engajar.